Foto: Elton de Castro |
Globoesporte.com
Jogo fora de casa, luta pelo acesso, chuva e muito sufoco. O cenário do duelo contra o Boa Esporte, neste sábado, remetia ao ano de 2011, quando o Sport conquistou o acesso diante do Vila Nova. Principalmente para dois “torcedores” que tiveram uma atuação decisiva contra o time goiano dentro de campo, mas que nesta temporada foram obrigados a acompanhar a “decisão” das arquibancadas do estádio Melão. Angustiados, o goleiro Magrão e o meio-campo Marcelinho Paraíba, que recentemente deixou o clube mineiro, não conseguiam desgrudar os olhos da partida.
Enquanto o camisa 1 dividia todo o seu nervosismo com membros da comissão técnica leonina, o armador tentava disfarçar a preferência pela equipe pernambucana. Afinal, estava no meio da torcida mineira e fazia pouco tempo que havia rescindido contrato com o Boa Esporte.
- Bora, pessoal. Não pode dar espaço. Sai da área todo mundo – pediu o goleiro, quando o Boa Esporte teve uma cobrança de falta nos minutos iniciais do jogo.
O nervosismo diminuiu com o primeiro gol rubro-negro.
- Isso, vamos assim. Mas não pode descuidar – disse o goleiro, antes do terceiro gol do Sport. Outra vez, marcado por Marcos Aurélio.
Enquanto isso, Marcelinho Paraíba mantinha um sorriso no canto da boca. Feliz com o placar, o jogador evitou comemorar os gols leoninos. Mas não escondeu para quem torcida.
- Todo mundo sabe que estou torcendo para o Sport. Se continuar assim, sobe.
A alegria dos rubro-negros aumentou quando o serviço de som do estádio anunciou o segundo gol da Chapeconse. No entanto, Magrão parecia saber que não seria nada fácil.
- Estamos subindo, mas não podemos descuidar. Eles são perigosos.
Dito e feito. O gol de Eder Lima, aos três minutos da segunda etapa atormentou o camisa 1, que foi à loucura após o segundo gol do Boa Esporte, marcado por Luiz Paulo.
- Não pode. Não pode. Agora ficou perigoso.
Inconformado com a atitude da equipe, Marcelinho Paraíba reclamou.
- Os caras estão vacilando. Estão pedindo para levar gol.
A partir daí, o desespero tomou conta do camisa 1. Mão na cabeça, chutes no ar e orientações – que não tinham como chegar aos companheiros, dada a distância.
- Meu Deus do céu! Tira essa bola, Rithely. Não deixa cruzar – implorou o goleiro, que não conseguia parar.
- Não foi nada juiz! Agora eles vão mandar a bola na nossa área. Segura! - reclamou Magrão, após a falta de Felipe Azevedo em Moisés, aos 43 do segundo tempo.
Quando Bambam, ex-Sport, pegou o rebote na área leonina, aos 44 minutos do segundo tempo, Magrão preferiu fechar os olhos.
- Pode acabar. Vamos subir.
A angústia demorou até os 48, quando árbitro pediu a bola. Aliviado, o goleiro tentou ir ao encontro dos amigos, mas foi impedido pelo organizador do estádio. Quando enfim entrou em campo, Magrão respirou fundo e resumiu como tinha sido o seu dia de torcedor.
- Não é bom ficar na torcida. É duro e, às vezes, você incorpora o torcedor e reclama mesmo. Mas conseguimos o acesso. Isso é o que importa. Agora, é a hora de comemorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário