quarta-feira, 26 de setembro de 2012

História:Luiz Müller chegou como veterano ao Sport, mas virou ídolo rubro-negro


Foi uma ligação do então técnico Hélio dos Anjos que trouxe Luiz Müller para a Ilha do Retiro. Na ótica do comandante, o time rubro-negro precisava de um atacante experiente. O jogador foi o eleito. Era o início de duas temporadas vitoriosas no Leão. Antes, porém, a desconfiança. Os 33 anos de Luiz Müller eram considerados avançados. Foi apontado como veterano. Mas, com a boa a técnica aliada a precisão nos chutes, o atleta, que carregava o inseparável bigode como marca, caiu nas graças da torcida. Mas Foram dois títulos estaduais e uma boa participação no Campeonato Brasileiro de 1996. “Foi um final de carreira dos melhores. As pessoas se lembram de mim até hoje no Sport. Produzimos bem e conseguimos essa marca”, lembra.

Futebol e universidade

Desde o começo da carreira, Luiz Müller sabia que a vida não se restringia ao limite das quatro linhas do campo de futebol. Quando estava na base do Bragantino, ele cursava Educação Física e garantia uma vida mais tranquila
   
Atacante em ação contra o Santa Cruz

quando parasse de fazer gols. A maneira diferente de boa parte dos boleiros fez do que ex-atacante um atleta respeitado no mundo da bola.  “Também tive experiência fora do país e uma condição em casa que me possibilitou sempre estudar. Muitas vezes, o jogador de futebol não tem essa possibilidade”, observa Luiz Müller, que já atuou no Japão.

A conquista mais difícil

Logo na primeira competição que disputou com a  camisa rubro-negra, Luiz Müller se deparou com o maior obstáculo no clube. A conquista do Campeonato Pernambucano de 1996 foi suada. Na decisão, o rival era o Santa Cruz. No primeiro jogo, o placar terminou em 2 a 2. A grande final ficou para a Ilha do Retiro abarrotada com mais de 33 mil pessoas.

O primeiro a balançar as redes foi Luiz Müller. De falta e no canto esquerdo. Um belo gol que o ex-atacante conta como o mais especial na passagem pelo time. Na sequência, o Tricolor empatou. O placar de 1 a 1, no entanto, manteve-se na prorrogação e o Sport foi campeão. “Foi um título muito difícil.  A equipe, quando cheguei, não estava tão bem, mas nos superamos”, diz.

O Brasileiro de 1996

Depois de conseguir o título estadual, os leoninos partiram para uma campanha respeitável no Campeonato Brasileiro. A equipe ficou na décima posição, com 35 pontos somados e a um de distânica da Portuguesa. O time paulista ficou no oitavo lugar e fechou o grupo de times que dava acesso ao mata-mata.

Na competição, o Sport fez algumas partidas brilhantes. Uma delas foi diante do Fluminense, na Ilha do Retiro. O placar final foi nada menos do que 6 a 0. No jogo, Luiz Müller marcou duas vezes. “Essa campanha foi memorável”, lembra.

A cotovelada na final

A passagem vitoriosa de Luiz Müller no Sport encerrou com o bicampeonato estadual. Título “tranquilo”. O Rubro-negro venceu os dois turnos. Na conquista da “segunda parte” da competição, porém, o ex-atacante levou um grande susto. A decisão do turno aconteceu diante do Porto, no estádio Antônio Luiz Inácio, em Caruaru. Por volta dos 26 minutos do primeiro tempo, Luiz Müller tentava driblar o lateral Candim dentro da área quando levou uma cotovelada e fraturou o nariz.

“Foi um lance rápido. Quando eu girei, ele passou na minha frente e acabou me acertando", recorda. “Não tem como dizer se foi maldade. Também não tinha tanta câmera no campo como hoje para ver o lance de novo”, acrescenta. Em cima, o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Leonardo abriu o placar. Pouco depois, Didi decretou a vitória e o título leonino.

A virada no Náutico

Quando chegava aos 39 anos, Luiz Müller retornou ao Bragantino para se despedir do futebol. A sua vida, contudo, continuou ligada aos gramados. Após realizar alguns cursos e estágios, ele inicou a carreira de técnico. Teve algumas passagens por times sub-20 do interior de São Paulo até que virou auxiliar do pernambucano Roberto Fernandes.

   
Jogadores do Náutico tiram bigode

Em 2007, os dois foram parar no Náutico. Era um momento difícil. A equipe era dada como virtual rebaixada do Campeonato Brasileiro da Série A. Mas, em uma arrancada surpreendente liderada pelo então desconhecido uruguaio Acosta, o time se livrou da degola. “No Recife, sempre consegui bons resultados. As pessoas se lembram muito mais dos títulos, mas essa pernamanência foi muito importante”, afirma.

Mais estudos e uma nova profissão

Agora, Luiz Müller está no comando do time sub-20 do São Caetano, mas pensa em novos rumos dentro do futebol. Ele estuda adminstração para, no futuro, retirar-se da beira do gramado e partir para a gestão dos clubes. “Na vida é sempre importante se atualizar e aprender novas profissões”, finaliza.

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