sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ex-zagueiro do Sport, Dão volta a Ilha do Retiro neste sábado pela Chapecoense

Foto: João de Andrade Neto
O lance não sai da cabeça de Dannyu Francisco dos Santos. Mesmo tendo acontecido há oito anos e quatro meses. A Ilha do Retiro, fazendo jus ao Clássico das Multidões, com 28.554 torcedores. Quarenta e cinco minutos do primeiro tempo. Carrinho no atacante tricolor Paulinho. Fora ou dentro da área? Para o árbitro Cláudio Mercante, dentro. Pênalti convertido por Zada. O gol da vitória por 1 a 0. Passo importante para o título pernambucano de 2005 do Santa Cruz. Quase um adeus ao sonho do Sport de levantar a taça no ano do seu centenário. O lance não sai da cabeça de Dão, o autor do pênalti polêmico, e hoje, aos 28 anos, zagueiro da Chapecoense. Amanhã ele enfrenta pela primeira vez o Sport e reencontra, pela primeira vez, a Ilha do Retiro.

“Já sei o que você vai perguntar. Do jogo do pênalti, não é?”, perguntou Dão, demonstrando bom humor, mas já ciente do assunto que nortearia a entrevista. O jogador treinou ontem, junto com os companheiros, no CT do Náutico. “Não foi pênalti. Ficou provado depois que a falta foi fora da área”, recordou o defensor, que acabaria expulso da partida e emprestado pelo Sport no dia seguinte à derrota. “Acabei emprestado para o Penedense-AL e em seguida fui para o Icasa. Em 2006 retornei para o Sport, estive no grupo que conseguiu o acesso à Série A, mas jogava uma partida ou outra. Senti que as pessoas do clube não tinham confiança em mim”, reconhece Dão que, no entanto, diz não guardar mágoas do ex-clube.


“Pelo contrário. Só tenho a agradecer. Foi o clube que me revelou. Aquele jogo não sai da minha cabeça, mas serviu como aprendizado. Aquela partida foi um divisor de águas na minha carreira”, afirmou o jogador alagoano. A avaliação não chega a ser exagerada. Após deixar o Sport, e passar por Penedense e Icasa, Dão rodaria por mais 11 clubes, inclusive na Eslováquia. No ano passado, após se destacar pela Luverdense na Série C, acabou contratado pela Chapecoense, em janeiro. Hoje é titular absoluto da zaga do vice-líder da Série B.

Reencontro

“Esse jogo contra o Sport será especial para mim. Eu sou rubro-negro. Minha família toda é rubro-negra. Mas, no sábado, todos serão alviverdes. É provável que os torcedores do Sport peguem no meu pé, ainda por causa daquele lance. Ano passado, quando estava na Luverdense e enfrentei o Santa Cruz, no Arruda, um torcedor me reconheceu e me cobrou pelo pênalti. Esse lance não vai sair da minha memória”, brinca.

O jogo

Sport e Santa Cruz se enfrentaram no dia 20 de março de 2005, pela 5ª rodada do 2º turno do Campeonato Pernambucano. A vitória por 1 a 0 deixou o tricolor, que já havia conquistado o primeiro turno, na liderança isolada do returno, com 15 pontos. Dependendo apenas das suas forças para ficar com a taça (o que aconteceu). Já o Sport caiu para o 3º lugar, com 12 e passou a depender de tropeços dos rivais. Nas quatro rodadas finais, porém, o Leão somaria apenas mais quatro pontos.

Adversário

Além de Dão, a Chapecoense possui outros profissionais com passagem pelo futebol pernambucano. O time é treinador por Gilmar Dal Pozzo, ex-goleiro do Santa Cruz, vice-campeão estadual em 2006. O elenco ainda conta com o goleiro Rodolpho (ex-Náutico) e o atacante Rodrigo Gral (ex-Sport). Ambos, lesionados, não enfrentam o Sport, amanhã.

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