Desta vez, deu Juninho. No quinto encontro entre o Reizinho da Colina e o clube que o revelou, o Vasco finalmente conseguiu sua primeira vitória. O Sport até apresentou uma mudança de postura, mas novamente não teve competência para aproveitar as chances criadas. Juninho, por sua vez, mostrou aquilo que faz melhor. Numa cobrança de falta impecável, abriu caminho para a vitória cruz-maltina. O resultado aumentou a crise do Leão, que recebe o Figueirense no próximo sábado.
Como Mancini prometera, não havia grandes mudanças na formação rubro-negra. O simples retorno de Rivaldo à cabeça-de-área não poderia justificar uma diferença significativa na proposta leonina. Mas ainda assim, o Sport parecia um outro time. Uma equipe bem diferente daquela que decepcionou seus torcedores nas rodadas anteriores. Dispostos a responder às críticas, os jogadores apresentavam uma postura mais aguerrido, entrando em cada dividida com a disposição necessária numa Série A.
Com mais volume, os rubro-negros diminuíam os espaços durante as investidas cruz-maltinas e apostava na velocidade de seu setor ofensivo para surpreender uma zaga que ostentava uma invencibilidade de seis jogos. Mas, além da qualidade dos adversários, as investidas do Leão sofriam também com o gramado da Ilha do Rerito. Encharcado pela chuva, o campo apresentava várias poças, que atrapalharam dois bons contra-ataques. Um deles com Gilberto e outro com Rithely.
O Vasco, por sua vez, sofria com a forte marcação rubro-negra. Sem conseguir avançar com passes curtos, o time carioca era obrigado a apostar nos lançamentos longos. Responsável por acompanhar os passos de Juninho Pernambucano de perto, Tobi contava com uma ajuda valorosa. Sempre que o Reizinho da Colina tocava na bola, era vaiado por aqueles em outros tempos o aplaudiam.
Segundo tempo
O segundo tempo começou mais equilibrado. Mas aos poucos, os rubro-negros passaram a aplicar justamente a proposta traçada inicialmente por Mancini. Em contra-atques rápidos, o Leão esteve muito perto de abrir o placar antes dos 15 minutos. Primeiro, com Moacir escorando um cruzamento de Marquinhos Gabriel. Depois da cabeçada, a bola explodiu no travessão vascaíno. Logo em seguida, em boa troca de passes, foi a vez de Rithely ter uma bela chance de finalizar. O volante bateu firme, mas Fernando Prass estava bem colocado e conseguiu espalmar pela linha de fundo.
Mas o Vasco não deixou-se abater pela pressão e passou a trabalhar mais a posse de bola. E, em uma das ironias do futebol, chegou ao gol com o personagem central desta história. Depois de isolar uma cobrança de falta, Juninho ganhou uma nova oportunidade. E não a desperdiçou. Numa cobrança impecável, aos 22, encontrou o ângulo esquerdo de Magrão. Na comemoração, soltou beijos para a torcida que um dia disse fazer parte. Mais tarde, aos 40, quando o Sport já estava com um a menos por conta da expulsão de Diego Ivo, o equatoriano deu números finais ao confronto.
Gols do jogo
Ficha Técnica
Sport 0
Magrão; Moacir, Aílson, Diego Ivo e Reinaldo; Tobi, Rithely (Hugo), Rivaldo, Felipe Azevedo e Marquinhos Gabriel (Henrique); Gilberto (Gilsinho). Técnico: Vágner Mancini.
Vasco 2
Fernando Prass; Auremir, Douglas, Dedé e William Matheus; Nilton, Wendel, Juninho Pernambucano e Carlos Alberto (Fellipe Bastos); Éder Luís (Carlos Tenório) e Alecsandro. Técnico: Cristóvão Borges.
Local: Ilha do Retiro.
Árbitro: Guilherme Ceretta de Lima (Asp Fifa-SP).
Assistentes: Márcio Luiz Augusto (SP) e Daniel Paulo Ziolli (SP).
Gols: Juninho Pernambucano e Tenório (V).
Cartões amarelos: Moacir, Diego Ivo, Henrique (S), Douglas e Alecsandro (V).
Expulsão: Diego Ivo (dois amarelos).
Público: 15.522.
Renda: R$ 170.345,00.
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