quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Nelsinho Batista: "Quem sabe, um dia, não volto ao Sport?"

O torcedor do Sport pode continuar sonhando com o retorno de Nelsinho Batista. Quem garante é o próprio treinador. Mas não para 2013. Num dia marcado pelo surgimento de notícias bombásticas e acusações de “boataria”, o Superesportes entrou em contato com o maior técnico da história do clube para acabar com os rumores. A sondagem da chapa da oposição foi confirmada pelo empresário de Nelsinho, Álvaro Cerdeira, e o interesse em sua contratação foi ratificado por Homero Lacerda, que também reconheceu que o acerto é bastante improvável.

Comandando o Kashiwa Reysol desde que deixou a Ilha do Retiro, em 2009, Nelsinho tratou de assegurar que permanece no Japão pelo menos até o fim da próxima temporada. A decisão, diga-se, não está relacionada ao valor da multa rescisória, e sim ao compromisso firmado com a diretoria do clube. Mas quando a saudade do Brasil bater, o técnico garante já ter um destino preferido: o Sport Club do Recife. 

Nelsinho, ao longo do dia, surgiu a notícia de um interesse da chapa da oposição em sua contratação. Qual a chance de isso acontecer?
No momento, não há possibilidade nenhuma. Não é uma questão financeira. É uma questão de palavra. Tenho contrato vigente por mais dois anos. Renovei no fim de 2011 por três anos, com uma cláusula onde eu e o clube voltamos a conversar no fim de cada temporada. Assumi este compromisso e, por isso, não saio daqui antes do fim de 2013. Não só para o Sport, mas para qualquer outro time.

E como está a sua situação no Kashiwa Reysol?
Hoje posso falar que estou terminando um ano bom. Não foi excelente como 2011, quando fomos campeões japoneses e participamos do Mundial de Clubes. Mas tivemos muitas vitórias fora de campo. Me sinto muito bem aqui. Estamos indo para o quarto ano de trabalho e muito perto de alcançar todos os objetivos que o clube me pediu. Hoje, estamos em cerca de 70% das metas pré-estabelecidas. Fizemos uma reformulação muito grande por aqui. Estou muito satisfeito. Até o fim de 2013 eu permaneço.

E como é a vida no Japão?
Posso dizer que estou adaptado. Desde 1994 tenho um envolvimento com o Japão. Esta é a terceira vez. No total, são quase 11 anos. Tenho muita admiração pelo Japão e os japoneses. É um povo muito disciplinado e humano. Eu me viro no japonês, mas é uma língua muito difícil. Ainda falo japonês como índio (risos). A gente se vira. No clube, tenho intérprete que me acompanha no dia a dia. Mas gosto de sair também. Tenho três filhos no Brasil – um deles, o Eduardo, trabalha no Sport – e aqui estou com minha esposa e minha filha menor, que está com quatro anos de idade.

Mas e quando a saudade do Brasil bater? Sua história no Sport vai pesar?
(Risos) Claro! O Sport encabeça a lista. É um clube que eu tenho uma gratidão muito grande. Me acolheu num momento difícil da minha carreira e me deu as condições para que eu conquistasse os objetivos planejados. Tive momentos muito bons no Sport. Tenho uma enorme gratidão pela torcida e pelos amigos que tenho no clube. Quem sabe, um dia, eu não volto a trabalhar no Sport?

Há rumores de que você e Homero Lacerda não têm um bom histórico. Isso é verdade?

Não tenho problema nenhum com ninguém do Sport. Pessoalmente, não tive a oportunidade de conhecer o senhor Homero Lacerda. Graças a Deus, só fiz amigos na Ilha do Retiro. Saí deixando as portas abertas.

Você tem acompanhado a trajetória do Sport?
Acompanho todas as campanhas do Sport e senti muito a queda. Ainda me emociono com esse time. Mesmo pela televisão, a gente até se arrepia com o sentimento dessa torcida, com o “cazá, cazá”. Tenho muitas lembranças de vitórias, de amizade, de trabalho. Minhas recordações do Sport são sempre boas. Pelo reconhecimento que tivemos aí. Quero aproveitar para agradecer a homenagem da torcida, que me elegeu como o treinador do time ideal do Sport. Isso é muito gratificante.

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