Por site oficial
Em entrevista, o mandatário do Sport Club do Recife, Luciano Bivar, comenta a situação que a agremiação atravessa. Segundo o presidente, o Leão da Ilha do Retiro é grande, forte e tem todas as condições de mudar a realidade e terminar classificado no final do ano. Bivar falou sobre elenco, comissão técnica, gestão do futebol, entre outros assuntos.
Por conta da situação em que o Sport se encontra, atualmente, haverá alguma mudança na comissão técnica, na direção ou no elenco?
- Já mudou. Nós trocamos Martelotte por Neco. Não tem dispensa de jogadores, o que nós temos é uma comissão profissional técnica, um gerente técnico, um assistente técnico, um diretor executivo, temos também toda a parte de tecnologia profissionalizada. Hoje, o Sport é um clube muito bem preparado e profissionalizado. Poucos clubes têm a estrutura de assessoria tecnológica que temos aqui. Temos condição de fornecer ao treinador todas as informações sobre o rendimento da equipe. Por enquanto não vislumbramos maiores mudanças.
Presidente, o que senhor chegou a conversar com os jogadores após, principalmente, a derrota para o ABC?
- Bem, toda derrota é desastrosa. O que temos que fazer é achar uma forma de jogar. Nós já estamos assim, há algumas partidas. Não é do dia para noite que o novo treinador vai conseguir consertar os problemas da equipe. Realmente o tempo urge. A cada partida que deixamos de ganhar são três pontos de diferença que aumenta. Estamos conscientes das nossas deficiências, das nossas limitações. Mas, temos a certeza que vamos modificar o estado atual da equipe.
Há alguns dias, o senhor chegou a conversar com Marcelo Martelotte e ele, na ocasião, teria prometido realizar algumas modificações e acabou não conseguindo. O senhor tem ou teve alguma ingerência sobre o time?
- O que eu falei, no momento, foi o seguinte, ele (Martelotte) tinha conversado que, contra o Paraná, o time ia jogar de maneira encorpada. Isso foi uma informação passada por ele e que nós concordamos porque era um jogo de seis pontos. O que aconteceu foi que ele não entregou o que prometeu. Não foi nada combinado comigo e nem imposto por mim. Foi ele que nos comunicou. Martelotte realmente não fez, o que nós tínhamos ouvido dele no momento.
Presidente, o Sport tem a intenção de realizar novas contratações? Qual a sua visão sobre este grupo que está no clube?
- Eu gostaria e estamos pretendendo contratar. Mas, não é fácil. Principalmente agora há três meses para o final do ano. Porém, estamos em busca de jogadores que venham reforçar o time e nos ajudar. O próprio elenco do ABC foi reforçado para o restante do ano. Agora, temos de observar os atletas que estão caindo de produção para procurarmos substitutos à altura.
O senhor pensa em trazer alguém para auxiliar o executivo de futebol Marcos Amaral e fortalecer o Sport também nos bastidores?
- Essa idéia é muito bem vista. Tive um encontro com várias lideranças do clube e falamos sobre dar mais suporte a Marcos Amaral. Foi absolutamente unânime entre nós que quanto mais rubro-negros vierem para somar, ótimo. Melhor do que ficarem falando por aí, em rádio ou televisão, mal do clube. Rubro-negros de verdade são como esses líderes que convocaram um debate comigo visando o melhor para o Sport. Nós debatemos sobre o que poderia ser feito para melhorar a situação e chegamos a um consenso. É assim que tem que ser.
Poderá haver dispensas no elenco, senhor presidente?
- Não há possibilidade de dispensas no elenco, pois estamos a três meses de terminar o calendário do futebol profissional. Todos os nossos atletas têm contrato até dezembro, outros assinados até 2015, outros assinados até 2018 e 2019. Não haverá dispensa efetivamente, eu tive um problema grande quando assumi o clube, tivemos que dispensar mais de uma dúzia de jogadores. Isso é um processo muito caro, muito dispendioso. Vamos fazer a nossa ‘feijoada’ com os ingredientes que estão aí. Trouxemos sim oito atletas, na responsabilidade de Marcos Amaral e estamos fazendo o possível para funcionar dessa maneira. Agora, se não for o bastante e se ainda houver tempo vamos trazer mais atletas.
Presidente, o que levou o senhor a efetivar Neco? A intenção é deixá-lo como treinador do Sport até o final do ano?
- Não existe treinador, em nenhum clube do mundo, definitivo. As pressões são grandes, dependemos de resultados. Eu gosto muito do Neco, mas ele depende de resultados como qualquer um dependeria no lugar dele. Se ele for bem, não tem razão para mexer. Mas, se ele for mal, ele sai. É a lei natural do futebol. Temos como objetivo primordial o resultado, seja com quem for.
Qual a sua avaliação da gestão e do rendimento do clube este ano, senhor presidente?
- Em 2013, nós fomos finalistas do pernambucano. Clube da primeira divisão não chegou. Na Copa do Nordeste, os dois clubes da Série A, Bahia e Vitória, foram eliminados na primeira fase. Na Copa Sul-americana, nós conseguimos avançar após eliminar um clube da Série A. Nós já estamos garantidos na Série B do ano que vem. Isso não é consolo, mas é um problema a menos. Isso só nos primeiros seis meses que estamos à frente da presidência do clube. Além disso, estamos mantendo o clube absolutamente em dia com seus pagamentos de empregados, de atletas e responsabilidades fiscais e tributárias. A cada 24 horas que passa o Sport Club do Recife fica mais sólido, mais seguro, está mais grandioso. Isso é uma realidade que poucos clubes no Brasil têm.
O que o senhor tem a falar sobre a dificuldade de fechar com um patrocinador master?
- O mercado está muito difícil. Veja o Palmeiras, que desfila a sua marca no Morumbi, não tem um patrocinador master. Nós que desfilamos aqui no nordeste, imagina a dificuldade que temos para ter um patrocínio. Figuramos entre clubes selecionados pelas principais redes de televisão do país. O Sport, hoje, tem o orçamento definido para este ano e para o ano de 2014. É um clube consolidado, é uma instituição, não é uma república de bananas. Nossa gestão vem seguindo à risca, aquilo que é de responsabilidade de qualquer administrador e de qualquer pessoa que pretenda ter honestidade com aquilo que conduz.
Para o senhor, como gestor, o que falta para esses jogadores conseguirem resgatar a alma de jogar com a camisa do Sport?
- Eu não acredito que um jogador feito o Gabriel, feito o Toby, feito Lucas Lima, feito Felipe Azevedo que vestem a camisa do Sport e suam para o melhor da equipe, não tenham orgulho de jogar em um grande clube como o Sport. O problema é que o time vem desentrosado há algum tempo, todos são testemunhas, não foi por acaso que Martelotte saiu. Este time já vem ‘capengando’ há tempo. Agora, são profissionais. Nós tratamos profissionais não só para dar o diagnóstico do problema, mas também a solução. Isso, nós temos procurado fazer. Mais do que isso é impossível fazer. Vamos tentar com Neco. Se não funcionar, vamos tentar com A, B, C, D, até um dia a gente conseguir ajeitar a casa. Essa é a minha esperança.
E presidente como está o torcedor Luciano Bivar?
- Eu fico muito amargurado, pois quero ir a campo ver o meu time de coração ganhando, jogando bem. Ninguém quer isso mais do que eu. Esse clube faz parte da vida da minha família. O centro de treinamento do Sport, eu fiz o aterro com empresas minhas particulares, caminhão por caminhão. Fizemos doações, colocamos placas de publicidade de empresas nossas para ajudar o clube. Isso não é nada exigido, é coisa feita por amor. Então, quando o time vai mal e quando as coisas não acontecem, eu fico muito triste.
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